Polar. Um Domingo para Matar: "Emprises", uma empresa de destruição, em nome do amor

Nunca nos ouvimos o suficiente... Como Catarina, que se casou com o belo Frederico há pouco tempo. Entretanto, ela tinha dúvidas, assim como aqueles ao seu redor que tentavam dissuadi-la de se unir a esse amigo de seu irmão que a cortejava avidamente. A partir da noite de núpcias, ela começou a ficar desiludida e seu amante rapidamente se transformou em um tirano que, claro, alternava entre declarações inflamadas e abusos físicos e psicológicos. É para o seu próprio bem, ele garante...
Mas ela está apaixonada e, apesar da vozinha que constantemente sugere que ela reaja, ela continua com esse pervertido narcisista que está aproveitando o confinamento que acaba de chegar a Bruxelas para isolá-la completamente de sua família e de seu círculo de amigos. Até que seja destruído.
Inferno diárioO padrão é clássico e aparece frequentemente em páginas de notícias e tribunais. É a influência, regularmente denunciada, e a jovem afunda num inferno diário.
Em seu quarto thriller, o autor belga Salvatore Minni mergulha sua heroína em uma queda interminável, assim como Alice quando entrou na toca do coelho. Vários trechos do romance de Lewis Caroll pontuam "Emprises", o que acaba lançando uma luz surpreendente sobre este clássico da literatura infantil.
Mas se aqui se trata de influência, ela é plural, múltipla e cruzada, como indica o título do romance. Porque todo o séquito de Catherine, ou melhor, o pouco que resta dele, mergulha com ela num pesadelo sem fundo. Arrepiante…
“Empresas” de Salvatore Minni. A Imprensa da Cidade. 21 €.
Le Progres